sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

On sexta-feira, fevereiro 06, 2015 by Unknown in , ,    Sem comentários
         É Possível que você não faça ideia de quem foi Alan Turing, mas talvez seja hora de você agradecer a este homem por seus grandes feitos.
O matemático britânico nascido em 1912 ficou conhecido por ser um gênio na área, mas ele não foi apenas mais um homem brilhante com habilidades especiais para lidar com números.
Turing é conhecido hoje como o pai da computação moderna, então é graças às ideias geniais desta mente que temos máquinas tão avançadas em nossas casas e que, consequentemente, você está lendo este texto.
O filme “O Jogo da Imitação” vem justamente para contar um pouco da história de Turing. Não se trata de uma biografia que revela todos os detalhes da vida dele, tampouco de uma história totalmente fiel aos acontecimentos do mundo real.




Neste longa-metragem dirigido por Morten Tyldum e roteirizado por Graham Moore, acompanhamos a “luta” de Turing durante a Segunda Guerra, época em que serviu o governo britânico para combater os nazistas. Apesar de não entrar no campo de batalha, o matemático teve que brigar para conseguir mostrar suas ideias e teve que combater o preconceito.

Alerta spoiler

Antes de dar procedimento, queremos deixar claro que vamos abordar alguns detalhes da trama no desenvolvimento desta crítica. É recomendável ler este texto após ter conferido o filme, pois algumas informações aqui presentes podem prejudicar sua experiência no cinema. Nós avisamos!

Resolvendo enigmas

Todo grande gênio guarda um bocado de mistério dentro de si e, muitas vezes, até mostra isso de forma bem evidente. Conforme vemos no filme “O Jogo da Imitação”, com Alan Turing não era diferente. Ele era estranho, um pouco tímido, bem convencido, não trabalhava muito bem em equipe, mas era dedicado ao seu trabalho e tinha a vontade de mostrar isso ao mundo.
Graças ao belo trabalho de Benedict Cumberbatch, o matemático ganha uma interpretação genial nas telonas. O ator já provou seu talento ao encarar papéis de personagens que seguem a lógica fria e calculista — está aí Sherlock Holmes que não nos deixa mentir —, mas, neste filme, ele mostra que é capaz de dar vida a uma personalidade muito complexa.
Cumberbatch adota todos os trejeitos de Turing e mostra ao mundo que é capaz de sustentar boa parte das cenas sem precisar de apoio. Claro, boa parte do que aparece na tela é um pouco fantasiado, mas a representação convence, ainda mais quando vemos cenas mais impactantes. O ator consegue desmistificar um pouco do gênio e solucionar diversos engimas.
O filme peca por não abordar o homossexualismo com profundidade. O roteiro sugere por diversas vezes que Alan Turing tinha relações com homens, mas há somente uma cena bem curta em que vemos esse lado da história sendo abordado. Isso poderia deixar o drama ainda mais emocionante, mas o roteiro parece ter um foco maior na sua luta com o governo mesmo.
Ainda que os elogios máximos fiquem para o protagonista, a participação de Keira Knightley também merece destaque. A atriz se mostra extremamente capacitada ao dar apoio em diversas cenas que dialoga e até conduz o andar dos acontecimentos junto a Cumberbatch. O restante do elenco também não deixa a desejar e convencem a plateia facilmente.

Um filme muito bem feito

A execução do filme é um aspecto que chama a atenção. Apesar de o diretor não ser famoso (pelo menos não por aqui), ele deixa claro que não tem medo em explorar diferentes ângulos e de se arriscar a focar a câmera em objetos inesperados. A fotografia do filme ajuda muito, com cenários que favorecem o desenrolar da trama.
Bom, deixando a questão da produção de lado, devemos bater palmas para o roteiro, que foca em algo que vale a pena: o desenvolvimento do primeiro computador. O filme está aqui para isto e o faz de forma magnífica. Há muita tensão, suspense e momentos que deixam o espectador curioso, o que certamente vale muito a pena.
É curioso que, apesar de ter uma série de personagens inteligentes, é bem provável que o público tenha algumas sacadas sobre o desenrolar dos enigmas antes mesmo que os protagonistas. Certamente é algo que poderia ser trabalhado de forma mais perspicaz, mas também é válido levar a plateia a pensar que é tão genial quanto o próprio Turing.
Com diversas indicações ao Oscar (incluindo melhor Filme, Edição, Roteiro Adaptado e Diretor), este filme vale a pena ser conferido na telona. Cada segundo é um momento de descoberta, de tensão, de suspense. Uma história bem construída — ainda que não totalmente verdadeira — que deve ser assistida por quem é apaixonado por tecnologia.

0 comentários:

Postar um comentário